Formação
1. RAZÕES JUSTIFICATIVAS DA AÇÃO / SUMÀRIO Recordando a citação de Raul Proença, do Guia de Portugal- no dizer de Montesquieu- os portugueses tinham descoberto o Mundo, mas desconheciam a terra em que nasceram, assim ainda há muitas maravilhas escondidas a relembrar nas margens do património. A escola e as entidades culturais podem ter um papel muito importante na preservação de patrimónios matérias e imateriais, mantendo-os vivos, de forma criativa. Na transição entre a Idade Média e o Mundo Moderno a decoração nas margens da arquitetura, ou da talha e dos cadeirais dos coros das igrejas, da ourivesaria e das tradições e festejos régios e populares, deixou-nos um legado riquíssimo, mas escondido e ainda hoje esquecido ou relegado para segundo plano. Num mundo que se pretende em maior harmonia, a polissemia desta marginalia é particularmente propícia à multidisciplinariedade e ligação a diferentes culturas nelas espelhada. Indo para lá dos espartilhos das catalogações artísticas e arrumações históricas de saberes, propõe-se uma breve viagem que leva a escola em viagens que podem envolver agentes culturais e recreativos em torno dos seus mistérios.
1. OBJECTIVOS DA AÇÃO Propiciar, aos formandos, informação acerca da função da alteridade nas margens do Património, com incidência também no espaço geográfico e cultural em que se insere e do modo como se cruzou com diversos suportes, atividades e saberes. • Consciencializar para a importância da preservação de legados e tradições que também fazem parte material e imaterial do Património. • Fomentar o espírito crítico e a imaginação dos alunos, através da aplicação, por parte dos formandos, de exemplos dessas práticas marginais onde se demonstra como a Cultura também é e foi no passado, algo muito mais plural e “desarrumado”. • Colocar em diálogo as diferentes gerações; as trocas de tradições e memórias de outros povos, com o objetivo da temática os inspirar à criação de atividades integradoras na escola e na comunidade
1. CONTEÚDOS DA AÇÃO Num momento charneira entre os finais da Idade Média e os alvores do Mundo Moderno, podem encontrar-se, em segundo plano, vestígios materiais e imateriais dum sentido milenarista de Império, perscrutado nas estrelas e materializado nos detalhes decorativos que os artífices itinerantes assim aclimatavam ao momento que se vivia. Esse momento traz também as ditas “novas novidades” nas palavras de Duarte Pacheco Pereira e, nelas tanto se espelham exotismos e realidades desconhecidas, que passam a cruzar o mundo, e ilustrados em memórias, como mitos e lendas que permanecem. Dos momos e teatros na Corte, às festas régias, touradas e guitarradas, mouriscadas e judengas com entremezes de selvagens no terreiro, um pouco de tudo isto ainda está recordado em variados suportes. São estes documentos históricos que mostram, também, a mistura entre sagrado e profano, erudito e popular, por vezes de modo ainda hoje desconcertante, quando muitos exemplos são quase desconhecidos.